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Quarta, 17 de agosto de 2005, 13h00
Vítimas são sepultadas em meio a novas suspeitas
As 121 vítimas do acidente de avião de Chipre que caiu no norte de Atenas no último domingo começaram a ser enterradas nesta quarta-feira em meio a novas hipóteses sobre as causas do acidente.
Um defeito no fechamento das portas da aeronave é apontado como o responsável pela tragédia de acordo com a teoria levantada pela rádio nacional de Chipre. O problema teria ocasionado a despressurização da cabine.
A falta de oxigênio na cabine vinha sendo atribuída a uma falha nos sistemas do aparelho que já havia apresentado problemas dessa natureza antes.
Kyriakos Pilavakis, ex-mecânico da companhia Helios Airways, declarou à televisão grega que um Boeing 737-300 sofreu problema de pressão durante um vôo de Varsóvia em dezembro, aparentemente por defeito no fechamento da porta. Pilavakis, que depôs por mais de seis horas, deixou a companhia em janeiro.
À espera do resultado das caixas-pretas, que estão sendo examinadas em Paris, um técnico da Boeing avisou que a verdade não será totalmente conhecida até que a investigação termine, dentro de seis meses.
Um dos mistérios que cercam o acidente é o relato de dois pilotos de combate do Exército grego que acompanharam o avião que entrara sem aviso no espaço aéreo da Grécia. Ambos garantem que o capitão não estava na cabine e o co-piloto estava inconsciente. Eles ainda afirmam que avistaram uma pessoa na cabine.
O jornal grego Elefterotipia divulgou que o comando da Otan em Nápoles, na Itália, estava a par da situação e que tem a descrição minuciosa dos movimentos do avião cipriota.
Aparentemente, alguém teria feito a aeronave descer dos 35 mil pés de altura para 7 mil pés. A queda, possivelmente, seria resultado da falta de combustível.
A autópsia de alguns dos corpos já identificados que aparentemente estavam vivos quando o avião caiu, entre eles o do co-piloto, de outro membro da tripulação e de um menino de cinco anos que teria sobrevivido apenas um minuto após o impacto, contribui para estas suposições.
"Uma coisa é certa, estavam vivos quando o avião caiu. Buscamos o que os deixou inconscientes. Se foi um agente tóxico ou o frio", disse o juiz Nikos Karakousis.
Segundo fontes da investigação, os corpos do co-piloto, Pambos Haralambous, e da assistente de vôo Louiza Vouteri foram encontrados juntos, perto da cabine.
Haralambous foi o primeiro a ser enterrado nesta quarta-feira, em um ambiente de profundo pesar, mas também de tensão pelas denúncias de seus familiares.
O funeral contou com a presença do presidente do Parlamento, Demetrio Christofias, e do ministro cipriota da Saúde, Andreas Gavrielides, além de outros líderes políticos e deputados.
O último adeus foi dado por seu filho, Yiannis, de 22 anos, também piloto, que revelou na noite de ontem à televisão local que seu pai se queixava constantemente da quantidade de horas de vôo e que sempre levava consigo uma agenda com anotações. Essa agenda, segundo ele, deve ser encontrada porque trará muitas respostas.
Três corpos ainda não foram identificados. Um deles deve ser do piloto do aparelho.